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Academia mineira revela lutadores de jiu-jitsu e divulga Divinópolis pelo país

Primo de Toquinho, fundador da Pantera Negra tem atletas em vários estados e ainda oferece bolsa para crianças carentes. Em maio, 6 lutadores disputam Brasileiro

30 de abril de 2014


Há mais de 20 anos em Divinópolis, a equipe de jiu-jitsu Pantera Negra vem mostrando que a cidade do Centro-Oeste tem grandes potenciais para o esporte. Iran Brasileiro de Alvarenga, primo do lutador Rousimar Palhares, mais conhecido como Toquinho, é fundador da academia e neste mês terá o nome da cidade representado por seis de seus atletas durante o Campeonato Brasileiro de Jiu-jitsu, que será realizado em Barueri (SP), de 1º a 4 de maio. Entre eles está Leonardo Carneiro. Ele é faixa roxa e participará da competição nacional na categoria adulta peso-médio. Inspirado em Iran e Toquinho, o atleta conta que foi por causa deles que largou o judô para se dedicar ao jiu-jitsu. Segundo Carneiro, Iran sempre levava o Toquinho para treinar na academia e, assim, ele conheceu mais o esporte.


– O jiu-jitsu é também um estilo de vida, o esporte proporciona uma disciplina que levo em todos os âmbitos da minha vida. Pretendo levar essa paixão para os meus filhos e pra quem eu puder – explicou o atleta.
Para marcar presença nas competições e voltar com bons resultados, ele saiu do trabalho em 2013 para dedicar-se exclusivamente ao esporte. Nas horas em que não está treinando, ele revende uniformes para sobreviver.

– Patrocínio infelizmente é muito difícil. Agora, treinando em tempo integral, posso me dedicar para alcançar bons resultados e ganhar ajuda financeira – contou Leonardo. 

SONHO

Mas antes de chegar a esse nível de ter os atletas disputando um brasileiro, Iran teve que começar de baixo. Ela só foi surgir em 1986 após Iran ter treinando com grandes nomes no cenário do jiu-jitsu. O caminho até construir o espaço que hoje forma atletas foi longo. Ao contrário de muita gente, ele conheceu o esporte de forma curiosa. Aos 16 anos, ele assistia um programa de televisão onde o mestre Hélio Gracie comentava em entrevista sobre o esporte. Natural de Dores do Indaía, Iran morava em Divinópolis e foi sozinho para Belo Horizonte em busca do mestre do esporte. Iran não tinha conhecidos na capital mineira e revela hoje, aos 54 anos, que dormia no tatame para praticar o esporte.

– Foi amor à primeira vista.Vivo do jiu-jitsu desde a adolescência e posso dizer que treinei com o mestre Hélio até atingir a faixa marrom. Depois, mudei para o Rio de Janeiro onde trabalhei para ser professor desta modalidade – comentou. 

No retorno a Divinópolis, Iran montou a equipe Pantera Negra. E o nome tem significado. A escolha foi em homenagem aos “panteras negras”, grupo norte-americano que lutava contra a discriminação racial. Hoje, tem atletas do Pantera Negra em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Portugal, Estados Unidos, Bolívia e Angola. Além disso, ele recebe na academia crianças carentes, que recebem o Bolsa Família, de graça. 

– Meu objetivo é disseminar o esporte, criar uma equipe forte para disputar competições. No início foi muito difícil, mas, como aprendi com a modalidade, desistir não era para mim – ressaltou o professor. 

EM FAMÍLIA

E o esporte realmente parece estar do sangue dessa família. Além de Iran e Toquinho, o filho do fundador do Pantera Negra também seguiu os passos do pai. Aos cinco anos, Ruan Brasileiro Alvarenga colocou os pés pela primeira vez no tatame e não saiu mais.  Hoje, aos 15 anos, ele se destaca nas competições e até recebeu propostas de treinar no exterior.

–  Nasci e cresci dentro desse esporte e me apaixonei pelas competições. A adrenalina de participar de um campeonato de alto nível não tem explicação – contou emocionado Ruan.  

Fonte: Globoesporte.com