Cinco homens foram presos, sendo um deles o dono da gráfica, na capital, que produzia o material falso
05 de julho de 2013
Fernanda Viegas
Cinco homens foram presos e tiveram as identidades divulgadas nesta semana pela Polícia Civil da cidade mineira de São Gotardo, na região do Alto Paranaíba, por comercializarem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsas. A investigação durou cerca de um ano.
Os investigadores começaram a agir assim que receberam uma denúncia de que dois homens estariam se passando por servidores do Departamento Nacional de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), e estariam vendendo CNHs pelo valor de R$ 1.600, no município. A dupla exigia R$ 800 à vista e o restante poderia ser pago assim que o documento fosse entregue.
Várias diligências foram realizadas e dois suspeitos foram identificados: Ivamar Luis da Costa e Andrews Miranda Lara, moradores de Piumhi, no Sul de Minas. Com a dupla, a polícia apreendeu R$ 7.362, diversos prontuários (cópias de RGs, CPFs, comprovantes de residências, assinaturas em folhas em branco, e em testes de aptidão física e mental semelhantes aos que são utilizados em clínicas médicas credenciadas pelo Detran), os quais seriam utilizados na confecção das carteiras de motoristas, além de celulares, chips, pen drives, xerox de documentos pessoais, e recibos de pagamentos.
Segundo a polícia, os homens garantiam aos compradores do documento falso que na aquisição teriam prontuário que seriam emitidos pelo Detran-MG. Com a confirmação do crime, foi decretada a prisão preventiva dos dois suspeitos, tendo a Justiça Pública concedido os mandados.
Encontrados os fraudadores, a polícia começou a investigar as pessoas que compraram a carteira falsa. José Carlos da Silva foi encontrado com o documento falso e confessou que não fez nenhum exame previsto na legislação para obter a CNH. Além disso, admitiu que pagou R$ 1.600 pelo documento. Silva, contudo, não reconheceu os dois suspeitos como sendo os vendedores do produto falso.
Dessa forma ficou claro para a polícia que havia um outro grupo criminoso também vendendo CNHs na cidade. Sebastião Rodrigo Albino foi localizado pela polícia como sendo uma das pessoas que teria participado da negociação da compra de CNH apreendida com Silva.
Com Albino rendido, a polícia chegou até Carlos Antônio de Sousa, conhecido como Carlim, como sendo a pessoa responsável por falsificar e trazer as CNHs falsas para São Gotardo. A prisão preventiva de Sousa também foi decretada. O mandado de prisão foi cumprido no dia 15 de junho deste ano. Com ele foi apreendido uma CNH falsificada com o nome dele.
Depois de preso, Sousa entregou Weber Pinto de Matos, mais conhecido como Webim, morador da cidade de Dores do Indaiá, na região Centro-Oeste de Minas, como sendo o responsável pela venda de CNHs falsas em toda região. A prisão preventiva dele também foi decretada, bem como a expedição de mandado de busca e apreensão em sua casa. Os mandados foram cumpridos pela Polícia Civil de Dores do Indaiá em 24 de junho de 2013. Na ocasião, foram apreendidos diversos xerox de documentos pessoais, várias fotos 3x4 de pessoas diversas, embalagens plásticas para acondicionar as CNHs, R$ 811, cinco CNHs falsificadas e depósitos bancários para José Cláudio da Costa Junior no valor de R$4.100.
Matos confessou à polícia sua participação na venda de CNHs falsas, dizendo que Junior era quem possuía uma gráfica em Belo Horizonte e que ele seria o responsável pela confecção dos documentos falsificados.
Junior foi localizado e teve a prisão preventiva decretada, além de ter sido expedido um mandado de busca e apreensão em sua casa e na gráfica. Foram apreendidos dez CNHs falsas, cinco espelhos de CNH para falsificação, dois frascos de benzina retificada para lavar o documento, dois computadores, dois notebooks, uma impressora utilizada para a confecção dos documentos, nove diplomas em branco da Faculdade de Minas (Faminas-BH), documentos e xerox de documentos de pessoas diversas, relatórios de adição e mudança de categoria em nome de pessoas diversas, U$ 163 dólares, mil pesos chilenos, dez euros, um distintivo da Policia Civil, diversos uniformes dos Correios, três talões de cheques de pessoas diversas, um porta documento do poder judiciário, quatro celulares, dois documentos de seguro obrigatório em branco e oito fotos 3x4 de pessoas diversas.
Silva e Albino respondem ao processo em liberdade.
Fonte: O Tempo