Fábrica deve começar a operar em janeiro de 2019, segundo diretor presidente de empresa responsável.
12 de novembro de 2018
Um projeto pioneiro de mineração no Brasil está contratando funcionários no Centro-Oeste de Minas. O diretor-presidente da empresa, Ricardo Dequech, afirmou que, inicialmente, serão contratadas 60 pessoas na região. Para isso, estão sendo realizados treinamentos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e com a Prefeitura de Dores do Indaiá. Para se inscrever, o interessado precisa procurar o Senai da cidade.
“Ao final do processo, serão selecionados os 60 candidatos que melhor se classificarem no treinamento. As atividades na mina serão muito reduzidas e serão basicamente o desmonte mecânico por escavadeira, o carregamento em caminhões basculantes e o transporte até a fábrica, em Dores do Indaiá – um trajeto de cerca de 40 km”, contou.
Com a fábrica localizada em Dores do Indaiá e mineração focada nas cidades de Quartel Geral e Serra da Saudade, menor município do país, a empresa será o primeiro projeto no Brasil para aproveitamento de glauconita, um mineral com alto teor de potássio, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Em entrevista ao G1, Dequech afirmou que a fábrica da empresa começará a funcionar no início de 2019 e que Serra da Saudade e Quartel Geral foram escolhidas como sedes devido as reservas minerais de glauconita presentes nos locais. Já a sede da fábrica ficará em Dores do Indaiá devido à proximidade das minas e outros fatores.
“Optamos por implantar a fábrica em Dores do Indaiá devido a alguns fatores: proximidade da mina; rede de energia elétrica compatível com a demanda do projeto; posição geográfica próxima do consumo dos produtos, rodovias pavimentadas para o fluxo de insumos e produtos; disponibilidade de florestas de eucalipto para suprimento de energia térmica. Além disso, a infraestrutura da cidade é compatível com o projeto”, afirmou.
Segundo o diretor-presidente, a unidade de Dores de Indaiá aproveitará as reservas minerais de rocha potássica, a glauconita, para produzir sais de potássio, alumínio e magnésio, óxido de ferro e óxido de alumínio, que serão vendidas ao mercado de fertilizantes do país.
De acordo com o diretor da empresa, serão investidos R$ 6 milhões na abertura e pesquisa da mina e R$ 52 milhões na planta química do local. Deste total, ele afirma que parte foi obtida através da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), parte de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), e a outra foi financiada com recursos próprios.
Com a implantação da fábrica em Dores do Indaiá, ele afirma que a expedição de produtos atenderá, principalmente, aos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo – o que, segundo Ricardo, gerará mais de mil empregos diretos e indiretos em toda a região.
A reserva existente no local, e pertencente à empresa de Ricardo, possui 218 milhões de toneladas de minério com teor médio de 10,6% de K2O (óxido de potássio), 16% de Al2O3 (óxido de alumínio), 7% de Fe2O3 (óxido de ferro), 3% de MgO (óxido de magnésio) e 58% de SiO2 (óxido de silício).
Segundo Dequech, o projeto tem geração zero de rejeitos pois todo o minério do processo se transforma em um produto.
Fonte: G1 - Centro-Oeste - MG