Após investigações, sósia do estuprador Pedro Meyer ganha liberdade
05 de setembro de 2012
Depois de cumprir 17 anos de prisão, o artista plástico Eugênio Fiúza, 62, - um dos sósias de Pedro Meyer, ex-bancário acusado de ter estuprado pelo menos 15 meninas na década de 90, em Belo Horizonte -, conseguiu ontem a progressão da pena para o regime aberto. A decisão foi proferida em audiência realizada na Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital.
Condenado a 38 anos de prisão por seis crimes sexuais, supostamente praticados no mesmo período e na mesma região onde a Polícia Civil investiga a atuação de Meyer, Fiúza pode ser colocado em liberdade ainda hoje. "Todos os parentes faleceram enquanto Eugênio esteve atrás das grades. Agora, ele vai voltar para Dores do Indaiá (na região Centro-Oeste)", informou a advogada Adriana Eymar.
Fiúza deixou a audiência acompanhado da advogada e escoltado por agentes penitenciários, porém não esboçou qualquer emoção. Questionado se a libertação representava uma vitória depois de ser condenado por crimes que ele até hoje ele garante não ter cometido, o artista plástico deixou transparecer que a amargura cultivada durante os anos na prisão ainda não desapareceu. "Mais ou menos", se limitou a dizer.
Motivo. A prisão de Pedro Meyer, em março, levantou suspeita sobre a investigação de estupros ocorridos na capital, nos anos 90, quando Fiúza e o ex-porteiro Paulo Antônio da Silva, ambos muito parecidos com Meyer, foram presos e condenados por crimes sexuais.
Recentemente, Fiúza declarou que na época da prisão chegou a ser torturado por agentes da Polícia Civil para assumir os estupros.
A advogada de Fiúza disse que ainda não trabalha para buscar uma indenização pela condenações. "Não queremos saber quem cometeu os crimes: se foi o bancário ou o porteiro. O que vamos provar é a inocência de Eugênio", explicou Adriana. "A questão indenizatória pelo tempo que ele ficou preso vai caber quando ele for inocentado das acusações".
Fonte: O Tempo Online